A Menopausa

"O que poderá acontecer
quando eu chegar à menopausa?"

Crenças associadas à Menopausa

A maioria das mulheres não se sente preparada para a menopausa!
Este é um dos dados mais revelantes encontrado num estudo científico nacional e corroborado por estudos internacionais. Apesar da informação disponível, parece que ainda há um certo tabu associado a esta fase, e um desconhecimento sobre aquilo que poderá acontecer ao nosso corpo e ao nosso psicológico.

Sendo que todas nós, mulheres, iremos passar um terço das nossas vidas na menopausa, importa perceber que esta é caraterizada pela cessação permanente da menstruação (devido à perda da atividade folicular dos ovários), e que ocorre em média, em mulheres europeias, por volta dos 51 anos.

Durante este processo de alterações hormonais, há vários sintomas, quer físicos, quer psicológicos, que podem emergir gradualmente.

Os conhecidos “afrontamentos” (ou sintomas vasomotores) talvez sejam os mais abordados na gíria e entre as mulheres, até porque podem comprometer a qualidade de vida, contudo, as mulheres portuguesas identificam ainda as dores nas articulações/músculos, dificuldades em dormir, um maior cansaço, e o aumento de peso como os sintomas mais prevalentes desta fase.

Além disso, há determinados sintomas psicológicos que podem surgir, nomeadamente, irritabilidade, tristeza ou ansiedade. Também as alterações na atividade sexual são importantes de referir e de normalizar.

Conhecer alguns dos sintomas que podem estar associados à menopausa é o primeiro passo para que possa lidar com esta fase de forma mais “saudável”.

Se isto vai acontecer consigo? É difícil de prever, o que os estudos nos dizem é que a maioria dos sintomas são influenciados por fatores individuais, psicológicos, socioculturais, étnicos, geográficos e económicos – que podem também atuar como fatores protetores.

Por exemplo, um índice de massa corporal mais elevado está associado a uma maior gravidade de sintomas; ou, inversamente, mulheres que têm uma alimentação rica em cereais integrais, frutas e vegetais demonstram uma menor prevalência de sintomas psicológicos.

Apesar desta evidência científica, cada mulher é um ser único, com caraterísticas e especificidades que devem ser acauteladas de forma multidisciplinar, e que podem exigir intervenções específicas – quer de mudanças no estilo de vida, quer intervenções farmacológicas, de forma a promover uma melhor saúde, bem-estar e qualidade de vida. Mas até entrar neste processo, deixamos-lhe algumas estratégias para que possa lidar de forma “mais saudável” com este fenómeno natural.

Estratégias para prevenir uma menopausa “mais saudável”

1. Aprofunde o seu conhecimento sobre a menopausa É muito importante conhecer o processo de menopausa de forma mais concisa e detalhada. Pode procurar informação em livros da área, em estudos científicos ou em sites fidedignos. Incida a sua pesquisa nos sintomas associados e na prevenção dos mesmos, sobretudo a nível da mudança comportamental.
2. Não se esqueça de cuidar… de si! Nesta fase há uma tendência para que as mulheres se esqueçam delas próprias. Isto pode acontecer por variados motivos, desde a falta de tempo, ao cuidar dos outros em detrimento da própria, por exemplo. O problema é que “depois” pode ser tarde demais. “Depois” pode já o peso ter aumentado, pode já o problema de saúde ter-se agravado, pode já a tristeza ter-se apoderado. Faça uma ação de autocuidado diária (e.g.,ler um livro, fazer uma rotina diária de cuidado com a pele, ir ao cabeleireiro).
3. Faça exercício físico e alimente-se bem! Está mais que evidenciado que o exercício físico é uma das melhores estratégias na gestão dos sintomas de menopausa. Se não gosta de ginásios, se não sabe o que deve (e como deve) fazer, e se não tem problemas de saúde, siga as recomendações da Organização Mundial da Saúde para a prática de atividade/exercício físico. A caminhada pode ser uma grande aliada!

Já dizia Hipócrates, “faz do teu alimento o teu principal medicamento”. E também aqui, principalmente na gestão de sintomas da menopausa, a alimentação saudável parece ter um papel preponderante,  principalmente porque poderá estar  associada à manutenção de um peso saudável, fulcral para viver uma menopausa “mais saudável”. Mas falaremos disso no próximo artigo.

Mafalda Leitão, Psicóloga e estudante de doutoramento no William James Center for Research, Ispa – Instituto Universitário

GRPT:195/05/24/NP

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